Projeto Plataforma

Equipe do Projeto Plataforma em visita ao centro histórico de Salvador

Um ponto de pesquisa, ensino e produção voltado para o desenvolvimento comunitário. Esta é a essência do projeto Plataforma, que se utiliza das artes, comunicação e suas tecnologias para identificar, valorizar, desenvolver e preservar a cultura local. São João do Cabrito é o ponto de partida. De uma casa na Rua Sá Oliveira, 40 jovens entre 18 e 24 anos se dividem entre os núcleos de Mosaico, Marcenaria e Mediação Cultural e aprendem as mais variadas técnicas para o desenvolvimento profissional visando à formação de uma Cooperativa de artesanato e utilitários de qualidade que se utilize dos recursos culturais do bairro para o desenvolvimento de uma produtividade sustentável.

Na Lavagem de São Braz, o grupo de Mediação Cultural inseriu o bloco do bumba-meu-boi.

Cultura e Mobilização Local

A mobilização social é o mote do projeto, que tem a cultura como princípio, meio e fim. Ao invés de ser vista como ação filantrópica, é colocada pelo projeto como estratégia de desenvolvimento, tanto da cooperativa em si, como da comunidade onde se insere. Assim é que na Festa de São Pedro, manifestação tradicional alimentada pelos pescadores de Plataforma, os jovens trabalham para reinserir elementos tradicionais como a quadrilha junina e as comidas típicas, que ganham a Quadra do Matadouro e toda a sua estrutura organizada pelo grupo como espaço de visibilidade e valorização.

Ao lado da feira de exposição do bairro, a nova arquitetura da festa amplia as possibilidades de rendimento. De acordo com os ambulantes que trabalharam na festa de 2005, nunca se vendeu tanto na história de Plataforma.

Cultura e Produção Interativa

Marcenaria, Mosaico e Mediação Cultural juntos na valorização da paisagem local.

A interatividade articuladora perpassa todas as ações e grupos do projeto visando um desenvolvimento aberto e dinâmico. Assim é que orientadores e aprendizes dos núcleos de Marcenaria e Mosaico estão sempre trocando idéias e trabalhando junto aos Mediadores em intervenções locais. O grupo de Marcenaria produz mobiliário e utilitários que recebem do grupo de Mosaico uma decoração especial inspirada em imagens da cultura de Plataforma, pesquisadas e registradas pelo grupo de Mediação Cultural.

O resultado são produtos de maior valor a serem vendidos no mercado nacional de decoração e presentes. Como um retorno à comunidade, o trabalho em mosaico também é utilizado em intervenções pontuais em espaços de sociabilidade do bairro como estratégia para a melhoria da qualidade de vida.

Marcenaria, Mosaico e Mediação Cultural juntos na valorização da paisagem local.

“Sabedoria é ver cada porção dentro de um todo articulado qual bela figura de mosaico composta de milhares de pastilhas e deslumbrante bordado feito de mil fios coloridos” (Leonardo Boff).

O Mosaico pela paz e diversidade cultural

Intervenção é a estratégia de projeção do grupo de Mosaico. Ao lado do objetivo norteador em capacitar para a produção de renda com a execução de painéis, móveis e objetos utilitários que visa o mercado de decoração local e nacional, o trabalho alia a valorização de espaços públicos de Plataforma, como praças, muros, canteiros e escadarias. A elaboração de um painel em mosaico a ser instalado no renomado restaurante Boca de Galinha é uma das intervenções que integra tanto o objetivo de venda quanto de valorização de espaços comunitários. Neste processo, o projeto busca um diálogo com o bairro e acaba por mobilizar artistas e setores importantes da comunidade, como o comércio, serviços (aproveitamento de materiais de construção) e a educação. A primeira intervenção acontecerá na Escadaria da Travessa Recreio e no canteiro a ser batizado de Praça do Poeta. Os aprendizes já fotografaram o espaço para arquitetar a intervenção.

Mediação Cultural: uma Plataforma para o mundo

A rua é o ponto de partida. O mundo é o limite. A idéia é que os jovens mediadores, a partir do trabalho de interpretação de patrimônio, aprendam a se colocar no mundo a partir de suas experiências, conhecimentos e recursos da cultura local. Num simples passeio pelas praças, monumentos e museus do centro histórico de Salvador, os aprendizes reconhecem os valores do patrimônio cultural composto ao longo da história no lugar onde vivem. Percebem que, apesar de socialmente segregado, o subúrbio integra e contribui para a história e a cultura de Salvador. No Museu Afro-brasileiro, identificam-se com as fontes da cultura do bairro e associam as mostras com os trabalhos de artistas locais. E assim ganham subsídio crítico para colocar a si e seus produtos culturais na cidade e no mundo, utilizando as tecnologias digitais como instrumento de comunicação. Filmam, fotografam e pesquisam sobre todos os elementos da cultura de Plataforma e tudo o mais que se identifique com o projeto, em qualquer lugar que esteja. Para tanto, são incentivados a se comportarem como verdadeiros produtores culturais: procuram marcar presença em festivais, encontros, fóruns, mercados e eventos da área de cultura e sociedade, onde fazem contatos interessantes, registram os novos conhecimentos adquiridos e os levam para o centro de produção.

Mediação Cultural: entrevistas, passeio informativo e fotografias.

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